Um exército de feridos

on sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Vou abrir uma brecha neste blog para tratar de um assunto que não é tão relevante mas ao mesmo tempo é bastante relevante para a educação.
Existe uma frase que eu desconheço o autor que diz: "A Igreja é o único exército que deixa seus feridos para trás.", Infelizmente sou forçado a discordar desta frase e dizer que não é apenas a Igreja que deixa seus feridos para trás.

A Igreja, a Maçonaria e as ordens paramaçônicas, os partidos, as escolas e tantas outras instituições abandonam seus feridos (às vezes sem perceber ou sem saber o que fazer com eles), na maior parte das vezes na inocência, mas mesmo assim não conseguem reabilitar adequadamente seus membros que ficaram decepcionados, feridos, desgostosos.

Vale ressaltar que não estou falando dos amotinados interessados em gerar destruir tudo ou nos "criadores de caso" que apenas estão preocupados com seus próprios interesses. Eu falo daqueles fiéis e sinceros membros que se dedicaram (ou ao menos acreditaram) ao máximo nos ideais mas (ás vezes até por falta de discernimento e/ou maturidade suficiente) não conseguiram entender que em todos os locais existem "frutas podres" e que todos os locais precisam que as pessoas estejam firmes nos ideais justamente para evitar a proliferação da corrupção ideológica/institucional e combater (ou se possível converter) os maus elementos internos.

Mas e na escola? Na escola a situação não é muito diferente. Não conheço um professor por mais linha dura que seja (não disse que não existem, mas apenas que não os conheço) que não se sente mal, desiludido, decepcionado, frustrado quando um aluno não consegue aprender adequadamente, quando um aluno tira notas baixas, repete ou simplesmente abandona a escola. O dia-a-dia da escola (e em especial os períodos de avaliações) nos coloca em um dilema muito complexo: De um lado o paternalismo escolar tão incentivado pelo governo e certos "gurus da educação" que querem apenas dizer que todos estão passando mesmo sem nada aprenderem e do outro lado o rigorismo pedagógico que nasce nos corações de muitos professores como reação ao paternalismo escolar e também pela pressão dos concursos. Achar um equilíbrio adequado é uma tarefa ingrata, sem fórmulas prontas e que quase nunca é bem vista.

Mas então qual é a solução? Estou longe de querer me achar superior ao resto da humanidade e trazer soluções prontas para problemas filosóficos tão complexos. Mas é fato que esse problema dos que se perdem no caminho é um problema urgente dentro e fora do âmbito escolar e que infelizmente quase ninguém sabe o que fazer adequadamente. Que tal começarmos a refletir e debater isto nas diversas instituições que participamos?

1 comentários:

educar para um mundo melhor disse...

A escola resolveria isso facilmente se tivéssemos apoio de psicólogos, psicopedagos, e mesmo médicos, dentistas, nutricionistas, (pois muitas vezes a merenda é angu com salshicha!) Nossos alunos chegam com N problemas emocionais devido a toda uma problemática social, e aí acham que o professor é que tem que dar conta de fazer o aluno aprender...
Foi sempre contra isso que os pensadores da educação lutaram, contra uma educação excludente, que colocava o professor como o centro do processo...eles não pregavam uma educação autoritária, mas isso não significa que pregassem um paternalismo...queriam sim, qualidade e respeito ao ser humano que o aluno é...
Por isso todos devem se sindicalizar e aderir ás greves, pois professor em greve não luta só pelo seu salário como é passado na mídia, mas na verdade ensina seu aluno a não se acomodar....

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