Desabafo Manifesto

on sexta-feira, 25 de maio de 2018
Temer demonstra o seu maior prazer: atacar o povo. Cansado de só retirar direitos e deixar o povo falido, agora precisa deixar ele agredido e o seu fetiche sádico vai ser realizado com os caminhoneiros.

A "esquerda" necrogovernista insiste em achar que não deve se juntar ao movimento e impulsionar realmente o #ForaTemer, talvez espere fazer sua revolução nos copos do Starbucks.

Alguns caminhoneiros estão iludidos com sandices fascistas e pedindo intervenção militar? É verdade, mas são uma minoria e que logo vai acordar quando sentir no rosto os tapas dos seus interventores outror desejados.

#SomosTodosCaminhoneiros ainda é algo amorfo, não está totalmente claro o que querem, cada cabeça é uma sentença, mas valeria a pena dialogar e até mostrar eventuais equívocos ditatoriais. Demonizar não é a saída, dialogar sim.

A sociedade está apoiando ele e nunca nos apoiou (educação, saúde, segurança, ...) e isso é verdade, mas a culpa não é dos caminhoneiros e sim de toda a sociedade que nunca nos deu qualquer valor mesmo.

CRISE, PECADO E OPRESSÃO NO RIO DE JANEIRO PÓS-OLÍMPICO.

on sexta-feira, 18 de maio de 2018
Conheça o CEBI: https://www.cebi.org.br/

*Publicado na Revista "Por Trás da Palavra" do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos) de Novembro/Dezembro de 2017, Ano 35, nº 332.
Se existe um exemplo emblemático de toda a crise política, econômica e social no Brasil, de fato é o Rio de Janeiro (tanto a cidade quanto o Estado). O Rio de Janeiro viveu recentemente a euforia da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016), grandes eventos internacionais que porém pouco ou nenhum benefício deixaram para o seu povo, mas deixaram muitas mazelas como legado contra o povo mais humilde: “Os justos levam em conta os direitos dos pobres, mas os ímpios nem se importam com isso.” (Provérbios 29:7).
No preparativo para tais eventos já era nítido a quem os governos estavam servindo e que não era ao povo mais humilde e sim ao capital especulativo. De fato não é possível servir a Deus e ao dinheiro (Lucas 16:13) e nossos governantes, bem como as elites que os sustentam, não tardaram a escolher o seu lado. A política de remoções de comunidades carentes para abrir espaço para a especulação imobiliária, que parecia sepultada na tenebrosa era Lacerda, foi a tônica dos preparativos com várias comunidades sofrendo com os despejos: Vila Autódromo, Asa Branca, …
A especulação imobiliária, o problema da concentração das terras e casas nas mãos de poucas pessoas, que acabam empurrando os mais pobres para localidades mais distantes visando atender os interesses das classes privilegiadas, já era denunciada pelos profetas bíblicos: “Ai dos que ajuntam casas e mais casas, dos que acrescentam um campo a outro, até que não haja mais onde alguém possa erguer sua casa, e eles se tornem os senhores absolutos da terra!” (Isaías 5:8).
Tanto a remoção não privilegiava o povo, como não era necessária, que com muita luta alguns moradores da Vila Autódromo conseguiram continuar a morar no mesmo local. Igualmente, nota-se que não era apenas por conta dos grandes eventos, já que após os mesmos, o fantasma das remoções retorna quando a prefeitura ameaça remover os moradores da comunidade do Rio das Pedras (comunidade humilde que fica ao lado áreas nobres da capital fluminense como o Itanhangá, Alto da Boa Vista e Barra da Tijuca).
Falando em lutas, desde as jornadas de protesto em 2013, passando pela luta dos moradores contra as remoções, a luta dos servidores públicos para receberem os seus salários, as lutas contra os leilões do pré-sal e tantas outras, a resposta das autoridades é sempre a mesma: repressão. A violência contra o povo se viu em um nível alarmante, protestos pacíficos foram reprimidos com um sadismo assustador, a violência era a arma para tentar calar o povo (sempre foi, não é atoa que seguimos o Cristo crucificado com seus discípulos martirizados pelo grande Império), não é atoa que diz a Bíblia: “Como um leão que ruge ou um urso feroz é o ímpio que governa um povo necessitado.” (Provérbios 28:15).
Como resultado do pós-olimpíadas, além de obras faraônicas subaproveitadas como a vila dos atletas na Ilha Pura (que continua sem uso), o Centro Olímpico subaproveitado, sistemas de transportes mal planejados (ou melhor, planejados de acordo com os interesses das empresas e não com os interesses do povo), vieram as notícias que todos já sabíamos: os esquemas de corrupção (alguns ligados a realização dos eventos) e os gastos exorbitantes com estruturas desnecessárias levou a falência econômica do Estado do Rio de Janeiro e uma forte crise na capital do mesmo.
Com a crise, os governos novamente optaram por cortar gastos, porém não fizeram o corte no uso indevido do dinheiro público, e sim resolveram realizar cortes nos repasses para a saúde, educação e outras áreas, chegando a cortar o salário dos servidores estaduais que estão a meses sem receber o que lhes era devido. Meses sem salário, sem o sustento, levando a muitos servidores passarem fome, serem despejados e passarem por várias outras situações terríveis, alguns inclusive morreram nesse período por problemas de saúde que possivelmente foram agravados por todo o estresse e necessidades gerados pela falta do sustento mais elementar para si e para os seus, como no provérbio bíblico: “Quando os justos governam, alegra-se o povo; mas quando o ímpio domina, o povo geme” (Provérbios 29:2).
Enquanto os servidores amargam meses sem receber o seu sustento e o povo amarga a falta de serviços públicos dos mais básicos, o Estado do Rio de Janeiro tem seus 3 últimos governadores presos por envolvimento em escândalos de corrupção, vivendo vidas de luxo as custas do sangue e do suor do povo de Deus, além deles secretários e deputados se encontram na mesma situação (e olha que vários colegas deputados continuaram tentando manter os corruptos livres, enquanto mandavam a polícia para reprimir o povo que protestava contra os absurdos), de fato, parece-nos que o apóstolo Tiago escreveu para o nosso Estado e seus líderes:
Ouçam agora vocês, ricos opressores! Chorem e lamentem-se, tendo em vista a miséria que lhes sobrevirá. A riqueza de vocês apodreceu, e as traças corroeram as suas roupas. O ouro e a prata de vocês enferrujaram, e a ferrugem deles testemunhará contra vocês e como fogo lhes devorará a carne. Vocês acumularam bens nestes últimos dias. Vejam, o salário dos trabalhadores que ceifaram os seus campos, e que por vocês foi retido com fraude, está clamando contra vocês. O lamento dos ceifeiros chegou aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Vocês viveram luxuosamente na terra, desfrutando prazeres, e fartaram-se de comida em dia de abate. Vocês têm condenado e matado o justo, sem que ele ofereça resistência.” (Tiago 5:1-6)
Como nas diversas crises relatadas nas Escrituras, que tiveram o pecado e a maldade como origem, Deus levantou profetas no meio de seu povo, Deus está nos chamando para denunciarmos tudo o que está ocorrendo em nossa terra e com o nosso povo. Que Deus tenha misericórdia de nós todos. Amém.

Por Professor Morôni Azevedo de Vasconcellos
Professor de geografia, teólogo, especialista em geografia do Brasil, mestre em educação e postulante ao ministério ordenado na Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.



MANIFESTO SOBRE A ATUAL CONJUNTURA DO RIO DE JANEIRO

on quarta-feira, 16 de maio de 2018
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
Diocese Anglicana do Rio de Janeiro
Conselho Diocesano
Rio de Janeiro, 04 de Dezembro de 2017


MANIFESTO SOBRE A ATUAL CONJUNTURA DO RIO DE JANEIRO


Os justos levam em conta os direitos dos pobres, mas os ímpios nem se importam com isso.” (Provérbios 29:7).


Nós, membros do Conselho Diocesano da Diocese Anglicana do Rio de Janeiro, em conjunto com nosso bispo diocesano, Dom Eduardo Coelho Grillo, vimos por meio deste, nos manifestar sobre a conjuntura política, econômica e social vivenciada pelo Estado do Rio de Janeiro e pela Cidade do Rio de Janeiro, confiantes que estamos assim, cumprindo uma pequena parte do papel profético que Deus nos comissionou, ao nos opormos aos males que estão causando tanto sofrimento ao povo de nossa cidade e de nosso Estado.
O Rio de Janeiro vivencia uma crise sem precedentes em sua história, crise esta, justamente no cenário pós Olimpíadas e Copa do Mundo, grandes eventos que foram realizados sob a lógica do lucro dos poderosos e não do bem-estar do povo em geral. Esses eventos, associados com um histórico de má gestão e pouco espírito republicano remetem ao cenário atual, onde os que mais sofrem é justamente o povo mais humilde, que vê negado o seu acesso aos serviços mais essenciais como saúde, educação, segurança e moradia.
Todos pudemos acompanhar estarrecidos, a uma recente votação na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), na qual os senhores deputados optaram por libertar seus colegas envolvidos em tantos escândalos de corrupção, passando por cima de toda a investigação realizada e da decisão do judiciário sobre o tema. A votação, cujo resultado era por si só lamentável, demonstrou claramente que os interesses dos governantes se afastaram completamente dos interesses do povo que os elegeu.
Foi coadjuvada por cenas lamentáveis de repressão brutal para com manifestações populares pacíficas, e, até de tentativas de impedir que o povo pudesse acompanhar a votação das galerias, muito embora com determinação judicial para que assim o fosse. Tudo isso, amplamente divulgado pela imprensa.
Ressalta-se que, este não foi o primeiro nem o único problema que nosso Estado tem enfrentado. Antes, acompanhamos a heróica resistência dos servidores públicos estaduais que estiveram com meses de salário atrasado, bem como, sem receber o seu décimo terceiro. Esses servidores, são alvo constante de propagandas na mídia em prol de reformas como a da previdência, que visam apenas massacrar ainda mais o povo trabalhador e sobre a qual a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil já emitiu nota contrária a mesma.
Os servidores estaduais, muitas vezes, estão pagando para trabalhar e não deixar a população desassistida. Tem pagado a conta que não é deles.
Incompreensível é que, o mesmo governo que alega não ter recursos para pagar tais servidores, abre mão de inúmeras receitas importantes em favor de determinadas empresas que devem fortunas ao Estado.
Soma-se a tudo isto em nossa cidade e em nosso Estado, os recentes escândalos que vieram à tona relativamente às denúncias das relações promíscuas entre o alto escalão dos governos e as empresas de transporte público. O tema é de extrema sensibilidade em um Estado e em uma Cidade com sua mobilidade tão cara, ineficaz e que quase nunca é planejada visando os interesses dos usuários - os trabalhadores.
Enquanto os servidores amargam meses sem receber o seu sustento e o povo amarga a falta de serviços públicos dos mais básicos, o Estado do Rio de Janeiro tem seus 3 últimos governadores presos por envolvimento em escândalos de corrupção, vivendo abastadamente e com luxo, as custas do sangue e do suor do povo de Deus.
Além dos citados governadores, existem secretários e deputados que se encontram na mesma situação, tornando atual a advertência bíblica:
Ouçam agora vocês, ricos opressores! Chorem e lamentem-se, tendo em vista a miséria que lhes sobrevirá. A riqueza de vocês apodreceu, e as traças corroeram as suas roupas. O ouro e a prata de vocês enferrujaram, e a ferrugem deles testemunhará contra vocês e como fogo lhes devorará a carne. Vocês acumularam bens nestes últimos dias. Vejam, o salário dos trabalhadores que ceifaram os seus campos, e que por vocês foi retido com fraude, está clamando contra vocês. O lamento dos ceifeiros chegou aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Vocês viveram luxuosamente na terra, desfrutando prazeres, e fartaram-se de comida em dia de abate. Vocês têm condenado e matado o justo, sem que ele ofereça resistência.” (Tiago 5:1-6)
No município do Rio de Janeiro, vemos também diversos problemas. O primeiro deles está na condução da saúde pública municipal, com diversos cortes e sem revisar algumas políticas que já se mostraram ineficazes (como a adoção das OSs com todos os escândalos que já foram fartamente denunciados pela imprensa).
Outro problema que vem assolando a nossa cidade é o retorno do fantasma das remoções, a política fracassada de remoções de comunidades que já parecia sepultada em um passado remoto, foi retomada com toda a força durante a preparação para a Copa do Mundo e as Olimpíadas do Rio de Janeiro, o que por si só já seria demasiadamente infeliz.
Esclareça-se que, a mesma política de remoções parece se intensificar, vez que, a comunidade de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, vem sofrendo com constantes ameaças, sendo tais ameaças, monitoradas por nossa missão naquele local.
Declaramos neste Manifesto o nosso repúdio contra as autoridades que são os responsáveis do sofrimento deste povo que não consegue atendimento no sistema de saúde público já precarizado, que não está protegido por uma política pública de segurança que contemple os interesses de todos, que não tem acesso a escolas públicas de qualidade e que nem recebem a justa remuneração pelos seus serviços prestados para o conjunto da sociedade.
Solidarizamo-nos com a população fluminense e carioca, como companheiros de luta na certeza de que a paz que tanto almejamos será fruto da justiça, a qual estamos aqui proclamando como parte do ministério que Cristo, nosso Senhor, nos outorgou.
Que o Cristo libertador fortaleça as lutas populares na defesa de seus direitos, e ilumine àqueles que as lideram nos anseios por justiça e paz.
Reverendo Bernardino Ovelar Arzamendia
Reverendo Antonio Terto Lima
Reverendo Daniel Rangel Cabral
Eliane Bacelar
Julio Reis Simões
Morôni Azevedo de Vasconcellos
CONSELHO DIOCESANO


Dom Eduardo Coelho Grillo